30.6.07
mmmhhh...
26.6.07
Ao som de Rui Lage revoltam-se os versos
In "Revólver" (Quasi Edições, 2006)
Se pudesses, O'Neil, ver hoje o teu país,
(ou tu, Assis Pacheco, filho pródigo
destes quintais floridos)
velho de oito séculos e pouco mais velho
desde que o deixaste,
país que secretamente não vota
para não se maçar
enquanto furta com arte as gaiolas vizinhas
a cantar nas paredes caiadas,
país com mais que fazer
(futebol para ver
e mato para queimar);
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se pudesses vê-lo agora
não levarias a peito,
mas confirmarias, estou certo,
que tem defeito de nascença
ou de fabrico,
mais valendo, por isso,
como em vida tua valeu,
deitar por terra a lança do ódio,
fechar a navalha do tédio,
sacudir o ombro amigo da solidão
e rir sonoramente de tudo,
talvez não tanto à porta da pastelaria
como hoje em dia, à porta dos chineses,
mas rir sonoramente de tudo, dizia,
- de ti mesmo,
sobretudo.
23.6.07
Cigarretes and snow
Fumei um cigarro proibido na rua da cidade fria.
Agora contigo, num café com classe, ao pé de um vidro
De onde podemos distrair-nos com as vidas alheias em fúria lá fora
Entretendo-nos para além de todas as angústias
Na melancolia das últimas horas
Foto: Isabel Pereira Gomes_Genève, Setembro 2006
21.6.07
Braga poeta e revolucionária
(Saloon, Edições Mortas)
A Rua
A rua é sempre a mesma
Acima abaixo abaixo acima
Entras nas casas nos bares
Nas camas
Falas
Calas
Encontras este e aquela
Entras neste e naquela
Fornicas a solidão
Facas guerras guitarras
Ilhas descobertas
A coisa arde queima
Cais
Levantas-te
E depois sais
Como se fosse nada
É sempre a mesma rua
O mesmo copo
A mesma canção
E tu gostas.
Foto: Isabel Pereira Gomes_Rua dos Crocodilos, CPH, Março 2007
20.6.07
(co)Incidências
17.6.07
soren
10.6.07
Princípio de Primavera em Monsaraz
9.6.07
ao sábado de manhã / on saturday morning
Cada pedaço de terra é a memória de uma pele, de uma alma, do cheiro de alguém.
Each piece of land is the memory of a skin, of a soul, of someone's scent.
8.6.07
Em Christiania (o bairro da discórdia), há um totem especial...
6.6.07
relentless restlessness (björk)
http://www.indybay.org/newsitems/2007/04/07/18391409.php
http://www.breakingnews.ie/world/?jp=MHKFKFMHIDID&rss=rss1
http://thecopenhagenreport.blogspot.com/2007/03/ungdomshuset-action-continues-but-what.html
http://www.guardian.co.uk/frontpage/story/0,,2027460,00.html
4.6.07
Historical record (with a tiny courtesy to foreign visitors)
Foto: Isabel Pereira Gomes_Novembro 2002
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Em 1994, eu tinha um diário e escrevia-lhe em inglês. Foi nas suas folhas cor-de-rosa fininhas, no dia 29 de Outubro e precisamente às 12:32h, que registei em directo o nascimento da Internet:
In 1994, I had a journal and wrote to it in English. In its thin pink pages, on the 29th of October and at 12:32h precisely, I registered live the Internet birth:
Yo!
Sorry I didn’t write yesterday… I just didn’t feel like it, I guess! :( (…) Well… I got two letters yesterday: one from Rima (Lithuania) (…) And another one from… Tcham Tcham!!! :) L. CHRISTIAN!!! YESSSSSSSSSSSS!
I was so happy to get her letter! :) (…) Cuz I really dig that chick! (…) She’s now got a computer system which allows otha chicks to get in touch with her: by computer! Isn’t that great? Too bad it’s only possible in the USA!
Luv ya. Lizzie Mac
Aqui têm a minha contribuição para o registo da história da evolução humana.
Here’s my contribution to the registering of the history of the human evolution.
3.6.07
Os restos das palavras
Esta relação estranha homem-máquina que a evolução incrustou nos nossos quotidianos e que nos torna todos os dias um pouco mais preguiçosos, amorfos e lentos.
As máquinas ganham gradualmente terreno nas vidas dos homens-mulheres, apropriam-se dos seus patrimónios, das suas famílias, dos seus amigos, dos seus colegas de trabalho e de outros ilustres conhecidos.
Sabem tudo sobre as moradas dessa gente e doutra, sobre as dívidas e as riquezas de cada um, sobre todos os seus pequenos e grandes segredos.
Se as máquinas se perderem, se estragarem, desaparecerem, a vida do ser humano transforma-se num vazio, na total ausência de memória.
Até que as relações se restabeleçam dessa catástrofe pessoal, ao ritmo de cada novo encontro com o outro ser.
As máquinas são os baús das vidas. E as palavras são os baús do tempo.
As palavras transportam todos os significados e ficam gravadas em nós.
2.6.07
se eu fosse o arnold...
Cá estou novamente, caríssima comunidade virtual.
Como se diz em árabe: mar'haba, i.e., olá (a tod@s). Novamente.
A verdade é que, visitar este espaço "congelado", hoje, despertou em mim o formigueiro nos dedos, aquele que não se consegue parar. Incontrolável, apoderou-se desta alma e resgatou o blog adormecido e sereno. Pois voltei, para o perturbar, acalmando-me.
Apesar da exposição pública a que votamos as nossas palavras nestes sítios, situação que não me apraz por aí além, admito que isto de se escrever para o mundo inteiro, sem propriedade, é (no mínimo) interessante; ou como alguém já disse ou escreveu, democrático. Tudo ao acesso de toda a gente.
Pois aqui me têm. Como eu sou. Só às vezes.
A tod@s, um excelente sábado. O meu, como depende única e exclusivamente de mim, vai ser.
et maintenant, un peu de poésie…
To day j’ai la vague à lames
Je n’sais trop pourquoi …
Je sens mon coeur sur la lame
Dune vague de froid
Suis-je dans le no-Mans land qui sait
Ou dans le no-way
Nobody knows
Si lon joue vrai
Ou bien over play
O.k. o.k. yeah
(Serge Gainsbourg, le joueur des mots...
Variations sur le Même T'aime)
Foto: Isabel Pereira Gomes_Jardins da Gulbenkian, Lisboa, Maio de 2007