Não acredito em manifestações pacíficas, com rimas engraçadas (?), frases batidas como "para continuar Abril", " a luta continua" Já não há paciência!
Aiii as promessas de Abril...esqueceram-nas quando saíram todos para a rua de cravo na mão, sem se aperceber que sairam para a rua de cravo na mão a horas certas... E no fim da manif, o farnelzinho não? garrafões a rolar sem gravata por todos, uma sardinhada à integralismo lusitado! No fim vão todos para casa convictos que fizeram a diferença!
O governo consulta a polícia e o SIS...tudo correu bem... Os cães ladram mas a caravana passa!
Eu acredito mais em manifs pacíficas de cravo na mão e rimas gastas do que ficar em casa a coçar os músculos irrigados de sangue inerte que só se exalta para "mandar vir contra o governo" em conversas de café, ou noutros espaços igualmente privados (tipo na madeira, tás a ver, o pessoal falar mal do "seu" querido jardim);
O farnelzinho, só para te situar, foi ANTES da marcha, não fosse dar o badagaio colectivo às 50 mil pessoas que, achando que iam fazer a diferença, lá se mexeram do seu canto do país e foram cantar pra Lisboa;
Finalmente: não, pelo menos eu não, não vim para casa achando que fiz a diferença. Vim para casa a pensar que fiz, simplesmente, alguma coisa.
Porque a coçar os músculos em casa, meu caro, vejo a vida a passar por mim. E que o Cosmos me dê paciência para todas as lutas que eu ainda quero fazer.
Os pensamentos vão ficando aprisionados nos labirintos da memória Fev '06
Lá em casa
tenho uma gota na casa de banho que cai ao ritmo dos segundos
O nevoeiro desliza pelo céu abaixo e cobre as casas, as ruas, as luzes, devagarinho. Tudo pinga: os varões da varanda, os azulejos do chão, os estores suspensos. A chuva pasmada do Mia Couto. A luz que me invade dos Madredeus. Parece que tudo transpira. A água miudinha cola-se no algodão preto da camisola de meia-estação. Os cabelos envolvem-se num halo húmido e encaracolam-se. A alma passa o dia serenamente.
humildes sugestões para leituras mais ou menos profundas
4 comentários:
a luta continua!
Estou a ver que alguém gostou de, pelo menos, uma coisa em Lisboa.
Com certeza, não foi um espectáculo para gente sentada.
É assim mesmo.
J
Não acredito em manifestações pacíficas, com rimas engraçadas (?), frases batidas como "para continuar Abril", " a luta continua"
Já não há paciência!
Aiii as promessas de Abril...esqueceram-nas quando saíram todos para a rua de cravo na mão, sem se aperceber que sairam para a rua de cravo na mão a horas certas...
E no fim da manif, o farnelzinho não? garrafões a rolar sem gravata por todos, uma sardinhada à integralismo lusitado!
No fim vão todos para casa convictos que fizeram a diferença!
O governo consulta a polícia e o SIS...tudo correu bem...
Os cães ladram mas a caravana passa!
Sam:
Eu acredito mais em manifs pacíficas de cravo na mão e rimas gastas do que ficar em casa a coçar os músculos irrigados de sangue inerte que só se exalta para "mandar vir contra o governo" em conversas de café, ou noutros espaços igualmente privados (tipo na madeira, tás a ver, o pessoal falar mal do "seu" querido jardim);
O farnelzinho, só para te situar, foi ANTES da marcha, não fosse dar o badagaio colectivo às 50 mil pessoas que, achando que iam fazer a diferença, lá se mexeram do seu canto do país e foram cantar pra Lisboa;
Finalmente: não, pelo menos eu não, não vim para casa achando que fiz a diferença. Vim para casa a pensar que fiz, simplesmente, alguma coisa.
Porque a coçar os músculos em casa, meu caro, vejo a vida a passar por mim. E que o Cosmos me dê paciência para todas as lutas que eu ainda quero fazer.
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