23.7.07

ainda eu não era nascida




“A escola vende o saber – uma oferta de mercadorias produzidas e levadas até ao homem de acordo com os mesmos princípios das outras mercadorias comerciais. A elaboração dos planos escolares de ensino e formatura começa pela investigação científica dos princípios. A partir desta base, os engenheiros da educação calculam depois os requisitos para a produção em cadeia e para a procura futura.”

(Ivan Illich, A Escola e a Repressão dos Nossos Filhos, 1976, p.15)

4.7.07

the thrill of fear now greatly enjoyed with courage

Foto: Yves Saint-Laurent's house_Marrakesh_April 2006
neurosis
only
attaches itself to
fertile ground
where it can flourish
(björk_innocence_Volta, 2007)

2.7.07

máquinas que matam pessoas

Hoje uma mãe perdia uma filha enquanto segurava a outra, mais pequenina; em pranto convulsivo, ambas. Um camião e um ligeiro. Uma amálgama de chapa e de corpo. Uma breve vida interrompida. E uma procissão de pessoas amorfas que se prostravam perante a tragédia, na curiosidade mórbida do que poderá acontecer-lhes um dia.

Provavelmente iam a casa almoçar, ou passar a tarde na praia. Todos os projectos ficaram ali, entre o sonho e a estrada.

O meu instrutor, homem carrancudo e agressivo, cujos berros fariam tremer qualquer um de nós aprendente da condução, disse-me, num dia mais sereno: Menina, isto é uma máquina de matar pessoas.

Outra vez as máquinas, outra vez o homem e a mulher na sua relação hipermoderna com esses aparelhos que ganharam vida própria depois de os termos inventado. Outra vez duas máquinas levaram a melhor sobre uma vida, rasgando-a em pedaços, essa vida que mal começava!

Mas afinal: é a máquina que mata as pessoas ou são as pessoas que fazem com que a máquina se transforme numa assassina?